Flup 24 terá lançamento de títulos próprios e a presença das editoras Bazar do Tempo, Companhia das Letras, Cobogó, Malê e Todavia; entre as autoras convidadas estão Nadia Yala Kisukidi, Yuliana Ortiz Ruano, Marie Ndiaye e Bernardine Evaristo
Credenciamento, press releases, fotos e demais materiais para a imprensa: www.agenciagalo.com/flup
Rio de Janeiro, novembro de 2024 - A Flup - Festa Literária das Periferias anuncia os lançamentos editoriais de sua 14a edição, que acontece entre 11 e 17 de novembro no Rio de Janeiro com a presença de nomes da literatura nacional e internacional, personalidades ligadas às artes e à academia em mesas de debate, oficinas formativas, sarau e apresentações musicais. A Festa Literária das Periferias tem patrocínio master da Shell.
Apresentada pelo Ministério da Cultura e Shell, a Flup tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e Globo por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Ford. O transporte oficial do evento é oferecido pelo Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, nas áreas de atuação do VLT Carioca e da CCR Barcas. Realização: Suave, Associação Na Nave, Ministério da Cultura (Governo Federal).
Sob o tema Roda a saia, gira a vida, a FLUP 2024 homenageia a historiadora, poeta e cineasta Maria Beatriz Nascimento (1942-1995) pelo legado artístico que inspira toda uma nova geração de escritoras negras e pelo ativismo na defesa dos direitos humanos de negros e mulheres no Brasil.
CONFIRA OS LANÇAMENTOS
DICIONÁRIO BIOGRÁFICO: HISTÓRIAS ENTRELAÇADAS DE MULHERES AFRODIASPÓRICAS
Parceria da Flup com a editora Malê, o livro narra as trajetórias de 100 mulheres negras que contribuíram para a construção do Brasil em diversas áreas, como ciência, política, literatura, religião e ativismo. Idealizado por Thaís Alves Marinho e Rosinalda Corrêa da Silva Simoni, o Dicionário Biográfico conta com uma rede de acadêmicas da América Latina, majoritariamente negras, para dar voz a figuras históricas como Carolina Maria de Jesus, Marielle Franco e Luiza Mahin, além de nomes menos conhecidos e pouco acessíveis na internet.
SOBRE AS ORGANIZADORAS
Thaís Alves Marinho é coordenadora do Programa da Pós-Graduação em História da PUC Goiás e diretora de Pesquisa e Pós-Graduação da Associação Nacional de Historiadores e Historiadoras - ANPUH Nacional, Thaís atua como pesquisadora do Grupo de Pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento-CMD (CNPQ/UnB) e é líder do Grupo de Pesquisa Memória Social e Subjetividade (CNPQ/PUC Goiás). É membro co-fundadora da Rede Latino Americana e Caribenha sobre Feminismos de Terreiro (RELFET).
Rosinalda Corrêa da Silva Simoni é professora convidada na Universidade Federal do Tocantins (UFT), pesquisadora bolsista do PDPG-Pós-Doutorado Estratégico na Pontifícia Universidade Católica Goiás (PUC Goiás) e doutoranda em História na Universidade Estadual de São Paulo Júlio de Mesquita Filho (PPGH-Unesp), Rosinalda é diretora fundadora da Tekoha Pesquisas, co-fundadora da RELFET, Rede Latino-Americana e Caribenha de Pesquisadores sobre Feminismos de Terreiros, militante dos movimentos de mulheres negras, de quilombolas e de religiões de matriz africana, integrante da NEGRARQUEO, ABPN e outros grupos de pesquisas.
FICHA TÉCNICA
Título: Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas
Organizadoras: Thais Alves Marinho e Rosinalda Corrêa da Silva Simoni
Páginas: 582
Editora: Malê
Preço: R$ 99
Site da editora: https://www.editoramale.com.br/
CONTEMPORARY AFRO-BRAZILIAN SHORT FICTION - A BILINGUAL ANTHOLOGY
Antologia bilíngue (inglês e português) que reúne 21 contos de escritores afro-brasileiros, destacando autores de várias gerações, do movimento literário Quilombhoje a vozes emergentes. O livro surge de um projeto colaborativo de tradução, a série "Literature and Translation", patrocinada pela UCL - University College London, e destaca a rica diversidade da literatura negra no Brasil, explorando temas como consciência negra, decolonialidade e as vivências afrobrasileiras contemporâneas e históricas. Idealizado por Julio Ludemir, com curadoria e contribuições do diretor da Flup e das professoras Ana Cláudia Suriani da Silva e Maria Aparecida Andrade Salgueiro, a obra não apenas oferece uma ponte entre a literatura afrobrasileira e o público global, mas também enfatiza a importância do "pretoguês" como forma de expressão literária.
SOBRE OS CURADORES
Ana Cláudia Suriani da Silva é Professora Associada de Estudos Brasileiros na University College London (UCL).
Julio Ludemir é escritor, jornalista e diretor da Flup - Festa Literária das Periferias.
Maria Aparecida Andrade Salgueiro é Professora Titular na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora nível 1D do CNPq e da FAPERJ.
FICHA TÉCNICA
Título: Contemporary Afro-Brazilian Short Fiction - A Bilingual Anthology
Curadores: Ana Cláudia Suriani da Silva, Julio Ludemir e Maria Aparecida Andrade Salgueiro
Autores dos contos: Sylvia Arcuri, Márcio Barbosa, Juliana Berlim, Evandro Luiz da Conceição, Eliana Alves Cruz, Cuti, Augusto Dias, Paulo Dutra, Conceição Evaristo, Geni Guimarães, Denise Homem, Márcio Januário, Ana Paula Lisboa, Elisa Lucinda, Geovani Martins, Natara Ney, Patrícia Alves Santos Oliveira, Esmeralda Ribeiro, Henrique Rodrigues, Verônica de Souza Santos e Cristiane Sobral.
Páginas: 260
Editora: UCL Press
Download gratuito: https://discovery.ucl.ac.uk/id/eprint/10196283/1/ContemporaryAfro-Brazilian-Short-Fiction.pdf
Site da editora: www.uclpress.co.uk
A DISSOCIAÇÃO, de Nadia Yala Kisukidi
A heroína deste primeiro romance de Nadia Yala Kisukidi é uma garotinha negra que parou de crescer, o que preocupa profundamente sua avó, cuja obsessão acaba por lhe custar o emprego e a sanidade. Em meio a esse ambiente opressor, a menina descobre que possui o dom da dissociação, permitindo-lhe escapar mentalmente de situações desconfortáveis. Com esse poder e de posse de um livro inspirador, ela se vê imersa em utopias políticas enquanto se muda para os subúrbios de Paris, encontrando figuras como sindicalistas e utopistas do Congo. Combinando elementos do realismo mágico e da fábula contemporânea, e a meio caminho entre o conto e a sátira, a narrativa explora temas de transcendência e resistência.
SOBRE A AUTORA
Nadia Yala Kisukidi é uma filósofa, escritora e acadêmica francesa que reexaminou a noção de "negritude" com suas implicações coloniais na França e no resto da Europa. Também interessada em arte contemporânea, foi selecionada como uma das duas curadoras da Bienal de Yango de 2020, em Quinxassa, na República Democrática do Congo. Escreveu amplamente sobre filosofia francesa e africana e publicou Bergson ou Humanidade Criativa. A Dissociação é seu primeiro romance. Com a filósofa brasileira Djamila Ribeiro, a escritora lançou Dialogue Transatlantique (Diálogo Transatlântico) que ainda deve ganhar versão em português.
FICHA TÉCNICA
Título: A Dissociação
Autora: Nadia Yala Kisukidi
Páginas: 324
Editora: Bazar do Tempo
Preço: R$ 81,00
Site da editora: https://bazardotempo.com.br/
FEBRE DE CARNAVAL, de Yuliana Ortiz Ruano
Tendo como pano de fundo a dolarização do final dos anos noventa e o carnaval de Esmeraldas, o premiado romance da escritora equatoriana Yuliana Ortiz Ruano narra a história de Ainhoa, uma jovem da ilha de Limones, que revive memórias de segredos familiares e episódios de violência através das festividades do carnaval na cidade portuária equatoriana. Mesclando elementos de música, dança e fala com sotaque esmeraldeño, Ortiz Ruano transforma o carnaval em umespaço de resistência, nessa narrativa vibrante e sensível sobre a vida e os desafios dos migrantes de Limones. O mar, símbolo de origem e fim, e o bairro de sua avó materna são os pilares desta história marcada pela poesia e pela cultura de um Equador pouco retratado.
SOBRE A AUTORA
Yuliana Ortiz Ruano é uma poeta e romancista equatoriana. Febre de Carnaval ganhou, em 2022, o Prêmio Joaquín Gallegos Lara de melhor romance do ano. A obra foi bem recebida pela crítica e indicada pela edição espanhola da revista Vanity Fair como um dos melhores livros de 2022. Formada em literatura, teve seu primeiro livro de poemas, Sovoz, publicado em 2016. Seguiram-se as coletâneas de poemas Canções do Fim do Mundo (2016) e Cuaderno del Impossible Return to Pangea (2021). Sua poesia conquistou reconhecimentos como o primeiro lugar no Concurso de Poesia Livro Gratuito 2019 e menção honrosa no Concurso Nacional de Poesia Paralelo em 2017.
FICHA TÉCNICA
Título: Febre de Carnaval
Autora: Yuliana Ortiz Ruano
Tradução: Larissa Bontempi
Páginas: 152
Editora: Bazar do Tempo
*Preço: R$ 74,00
Site da editora: https://bazardotempo.com.br/
HIATO E AMOR: PORQUE AS RELAÇÕES SOCIAIS NOS SEPARAM E COMO NOS RE/ENCONTRAMOS, de Josephine Apraku
Em Hiato e amor: porque as relações sociais nos separam e como nos re/encontramos, Josephine Apraku investiga o conceito de amor: é um sentimento ou decisão? Um processo bioquímico? Uma soma de momentos? Ela explora questões como por que amamos certas pessoas, se é possível amar várias ao mesmo tempo e se o amor nos liberta ou restringe. A autora analisa como a opressão afeta as relações amorosas e reflete sobre a discriminação que nos separa, propondo que, apesar disso, podemos nos reencontrar e crescer juntos. Inspirada por bell hooks, Josephine sugere que rompamos padrões de comportamento para fortalecer nossa capacidade de conexão e amor.
SOBRE A AUTORA
Josephine Apraku, nascida em Berlim, na Alemanha, é uma acadêmica de estudos africanos e professora de educação interseccional crítica ao racismo. Ela lecionou como professora adjunta na Universidade Alice Salomon de Ciências Aplicadas e na Universidade Humboldt em Berlim. Além disso, Josephine Apraku escreveu como colunista de revistas como EDITION F e Missy Magazine.
FICHA TÉCNICA
Título: Hiato e amor: porque as relações sociais nos separam e como nos re/encontramos
Autora: Josephine Apraku
Editora: Malê
*Preço: não identificado
Site da editora: https://www.editoramale.com.br/
OS DIÁRIOS DO CÂNCER, de Audre Lorde
Ao ser diagnosticada com câncer de mama e passar pela mastectomia, Audre Lorde inicia uma jornada de tratamento e cuidado transformadora. Esta obra, reúne reflexões que a guiaram ao longo dessa jornada, combinando anotações de seu diário pessoal e ensaios que abordam temas essenciais para sua experiência. Entre eles, o questionamento sobre o uso ou a necessidade da prótese mamária, a dor física e emocional da amputação e a função do câncer em uma economia voltada para o lucro. Lorde também explora o enfrentamento da mortalidade, a força de amar mulheres, e o poder e as recompensas de se viver uma vida autoconsciente. Neste livro, enquanto mulher Negra e lésbica, a escritora aborda o autocuidado como um ato de resistência e uma afirmação político.
SOBRE A AUTORA
Audre Lorde é uma figura central na literatura feminista e nos movimentos de direitos civis norte-americos. Sua obra, especialmente "Os Diários do Câncer", oferece uma perspectiva única e poderosa sobre a interseção de identidade, saúde e ativismo. Através de suas publicações, discursos e atividades, Lorde continua a inspirar e empoderar leitores ao redor do mundo
FICHA TÉCNICA
Título: Os Diários do Câncer
Autora: Audre Lorde
Editora: Ginecosofia
*Preço: não identificado
Site da editora: https://ginecosofiabrasil.com.br/
OBRAS JÁ PUBLICADAS DE AUTORES QUE ESTARÃO NA FLUP
Sr.LOVERMAN (2024), de Bernardine Evaristo
Barrington Jedidiah Walker é um homem que chegou longe. Nascido em Antígua, no Caribe, migrou para Londres depois de casar-se com Carmel. Juntos, formaram uma família e alcançaram um nível de conforto material que poucos conseguem ter. Inteligente e vaidoso, só usa ternos elegantes e nunca perde a oportunidade de citar Shakespeare em conversas casuais. O que ninguém sabe é que ele leva uma vida dupla: há décadas mantém um caso extraconjugal com Morris, seu amigo de infância. Aos 74 anos, Barry finalmente decide divorciar-se de Carmel para viver com seu verdadeiro grande amor — mas isso significa colocar em risco tudo o que conquistou.
SOBRE A AUTORA
Bernardine Evaristo é uma premiada escritora anglo-nigeriana, autora de obras de ficção, ficção em versos, ensaios, poemas, teatro e crítica literária. É professora de escrita criativa na Universidade de Brunel, em Londres, e vice-presidente da Royal Society of Literature. Garota, mulher, outras é seu oitavo livro.
FICHA TÉCNICA
Título: Sr. Loverman
Autora: Bernardine Evaristo
Páginas: 328
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$ 89,90
Site da editora: https://www.companhiadasletras.com.br/
MATA DOCE, de Luciany Aparecida
No primeiro romance que assina com o próprio nome, Luciany Aparecida narra, com uma prosa lírica e de força singular, os trágicos acontecimentos que cercam um pequeno vilarejo rural no interior da Bahia. Mata Doce é um romance épico, delicado e poderoso, que entrelaça passado e presente em uma obra majestosa, e desde já um marco da literatura brasileira contemporânea.
SOBRE A AUTORA
Luciany Aparecida nasceu em 1982 no Vale do Rio Jiquiriçá, Bahia. É doutora em Letras, com pesquisas nas áreas de nação, imigração, memória e identidades. É autora do livro de poemas Macala, da peça Joanna Mina, dramaturgia que resultou do edital Dramaturgias em Processos, do Teatro da USP, e de novelas escritas com a assinatura Ruth Ducaso. Foi uma das autoras no palco principal da Flip em 2022. Mata Doce é seu primeiro romance pela Alfaguara, e o primeiro que assina com seu nome.
FICHA TÉCNICA
Título: Mata Doce
Autora: Luciany Aparecida
Páginas: 304
Editora: Companhia das Letras
*Preço: R$ 79,90
A INVENÇÃO DAS MULHERES, de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí
A obra, marco referencial no campo dos estudos de gênero, questiona as bases ocidentais desses estudos a partir de uma perspectiva africana, especialmente iorubá. A pesquisa é resultado da tese de doutorado da socióloga nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí e revela como a ideologia do determinismo biológico está no cerne das categorias sociais ocidentais – a ideia de que a biologia fornece a base lógica para organizar o mundo social. Em oposição, a autora mostra como conceitos baseados no corpo não eram centrais na organização das sociedades iorubás antes da colonização. Dessa maneira, sua análise acaba por destacar a natureza contraditória de dois pressupostos fundamentais da teoria feminista: que o gênero é socialmente construído e que a subordinação das mulheres é universal. A obra amplia o campo dos estudos de gênero ao recuperar conceitos africanos apagados pela colonização.
SOBRE A AUTORA
Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (1957) é socióloga nigeriana de origem iorubá, e tem se dedicado com notável destaque a pesquisas interdisciplinares, associando estudos de gênero, sociologia do conhecimento e perspectivas africanas. Estudou nas universidades de Ibadan (Nigéria) e Berkeley (Califórnia, EUA). A Invenção das Mulheres é o primeiro livro que publicou, em 1997, nos Estados Unidos, resultado de sua tese de doutorado. A obra se tornou rapidamente uma referência e foi reconhecida por importantes prêmios, como o da Associação Americana de Sociologia. O mérito de suas pesquisas garantiu-lhe o financiamento de importantes agências como a Fundação Rockefeller, a Agência Presidencial Estadunidense e a Fundação Ford. Atualmente é professora da Stony Brook University (EUA).
FICHA TÉCNICA
Título: A Invenção das Mulheres
Autora: Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí Tradução: Wanderson flor do nascimento
Páginas: 324
Editora: Bazar do Tempo
*Preço: R$ 81,00
Site da editora: https://bazardotempo.com.br/
O LIVRO AFRICANO SEM TÍTULO — COSMOLOGIA DOS BANTUKONGO, de Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau
Oferece uma profunda análise dos princípios e ensinamentos da cosmologia do povo Bantu-Kongo, que habita as margens do Oceano Atlântico na África Ocidental. A obra, ilustrada com figuras e diagramas, aborda temas fundamentais dessa tradição africana, como coletividade, ancestralidade e a relação entre comunidade e espiritualidade. O autor, um dos mais importantes estudiosos da cultura africana, escreveu o livro originalmente em inglês durante seu tempo como professor na Universidade de Yale, em 1980. Agora, com a tradução para o português por Tiganá Santana, o público brasileiro tem acesso a um conhecimento valioso que lança luz sobre as influências transatlânticas presentes na formação cultural do Brasil, especialmente devido à conexão histórica com Angola, cujos habitantes são de origem bantu. A edição em português inclui uma entrevista com Makota Valdina, educadora que foi pioneira na tradução dos escritos de Fu-Kiau, além de contribuições de Leda Maria Martins e wanderson flor do nascimento, que enriquecem ainda mais a obra. O livro não apenas explora a filosofia africana, mas também convida os leitores a refletirem sobre novas formas de pensamento para o presente e o futuro. A cosmologia Bantu-Kongo é apresentada como um sistema de sabedoria profundo, onde conceitos como o "Kala" simbolizam o surgimento da vida e a espiritualidade que guia cada indivíduo em sua existência.
SOBRE O AUTOR
Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau nasceu em 1934 em Manianga, no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo (RDC). Foi educado no sistema de pensamento ocidental mas também em três grandes instituições educacionais bantu-kongo: Khimba, Kimpasi e Lèmba. Esta última está presente em manifestações religiosas e culturais das Américas com origens negro-africanas, como Palo Mayombe (em Cuba), Vodu Petro (no Haiti) e Candomblé Congo-Angola e Umbanda (no Brasil), por conta do tráfico de escravizados no período colonial. No fim dos anos 1950, cursou a universidade — e lecionou — em Kinshasa, na RDC. Em 1963 retornou a Manianga, onde fundou o Instituto Luyalungunu Lwa Kumba- Nsi, um centro pioneiro dedicado a pesquisar e documentar a cultura Kongo. Seu trabalho revelou a filosofia das antigas instituições educacionais bantu, e influenciou estudiosos como Robert Farris Thompson, John M. Janzen e Wyatt MacGaffey. Lecionou por anos nos Estados Unidos, onde também continuou seus estudos e ensinou sobre a profundidade defilosofias africanas. Publicou inúmeros livros e teve uma ampla carreira acadêmica, tendo sido Ph.D. em Desenvolvimento Comunitário, Bachelor of Arts em Antropologia Cultural, entre outras titulações.
Sobre o tradutor
Tiganá Santana é compositor, cantor, instrumentista, poeta, produtor musical, diretor artístico, curador, pesquisador, professor e tradutor. É doutor em Letras (Programa de Estudos da Tradução) pela USP onde apresentou a tese A cosmologia africana dos bantukongo por Bunseki Fu-Kiau: tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil, que recebeu o Prêmio Antônio Cândido de melhor tese pela Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Desde 2020, é professor da UFBA, onde se graduou em Filosofia, e é professor do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Culturas e Identidades Brasileiras da USP pelo Instituto de Estudos Brasileiros. Santana é considerado por distintas comunidades acadêmicas uma das principais referências para os estudos africanos bantu no Brasil e, pela revista inglesa Songlines, como um dos 10 principais músicos brasileiros da atualidade.
FICHA TÉCNICA
Título: O livro africano sem título — Cosmologia dos Bantu-Kongo
Autor: Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau
Tradutor: Tiganá Santana
Páginas: 208
Editora: Cobogó
*Preço: R$ 86,00
Site da editora: https://www.cobogo.com.br/
CORPOREIDADES ENCRUZILHADAS - PAULO NAZARETH E CADERNOS DE ÁFRICA, de Napê Rocha
Explora o projeto artístico Cadernos de África de Paulo Nazareth, que reúne uma série de imagens em preto e branco, como panfletos, fotografias e vídeos, produzidas durante suas viagens pela África e pelo Brasil. Iniciado em 2012, o projeto permanece em desenvolvimento e é impulsionado por questões pessoais do artista, como a busca por compreender as conexões entre África, Europa e sua própria casa, refletindo sobre as influências africanas na cultura brasileira e no mundo. O livro, com ensaios da pesquisadora Napê Rocha e uma entrevista com o artista, propõe uma reflexão profunda sobre as experiências das corporeidades negras presentes no trabalho de Nazareth e os conceitos do pensamento africano e afrobrasileiro. Tópicos como a encruzilhada, o tempo espiralar e os trânsitos atlânticos são mobilizados para interpretar a obra, que lida com identidade, ancestralidade e território. A edição inclui uma seleção de imagens e uma conversa sobre o início da carreira do artista, sua relação com a arte, performances, escrita e o significado dos territórios que ele explora.
SOBRE O ARTISTA
Homem velho nascido em Nak Borun, no Vale do Watu, em Minas Gerais, Paulo Nazareth vive e trabalha pelo mundo, carregando muitos nomes, heterônimos, alcunhas e apelidos, Awa Jeguakaí Rendá, Awa Jaguatá Haee Jopará, Awa Oguatua, Awa Jopará, Kachará, Bombom, Palmital, Cabeludo, James Brown, Jackson Five, Valderrama, Carlito, Bob, Rasta, Afro, Paulo, Mestre Paulo, Paulo Sérgio, Paulo da Silva, Mohamed, Mohammad Nazareth, Bin Laden, Osama, Al Qaeda, Talibã, Che, Ernesto Batista, Zé, José, João, Pedro, Nazareth de Jesus, Bugre, Borun, Fi da Ana, Filho da Ana, entre outros tantos, sendo tudo isso seu trabalho. Artesão, coletor de feitiços e aprendiz de reza brava, foi aluno de Mestre Orlando (artista afro-baiano carranqueiro e mascareiro radicado em Minas). Sua obra é muitas vezes resultado de gestos precisos e simples, que trazem ramificações mais amplas, sensibilizando para questões ligadas à imigração, ao racismo e ao colonialismo. Seu meio mais forte é o cultivo e a construção de relacionamentos com indivíduos que lhe cruzam o caminho — especialmente aqueles colocados à margem devido ao status legal ou por terem sido reprimidos pelas autoridades governamentais. O trabalho de Nazareth foi incluído em exposições coletivas como a 56ª Bienal de Veneza (2015); 22ª Sydney Biennial (2020); 34ª Bienal de São Paulo (2021); no Museu Nacional da República, Brasília (2023); Museum of Modern Art (MoMA), Nova York (2023), entre outras. Teve exposições individuais no Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2018); no Institute of Contemporary Art - ICA Miami (2019); na Galeria Pivô, São Paulo (2022); The Power Plant, Toronto (2022); na FaE — Faculdade de Educação da UFMG —, Belo Horizonte (2023-24); e em Inhotim, Brumadinho (2024-25).
SOBRE A AUTORA
Napê Rocha nasceu em 1991 em Vila Velha, Espírito Santo. Atua como professora, pesquisadora, crítica e curadora de Artes Visuais com foco em visualidades, práticas e poéticas afrodiaspóricas. É mestra em Estudos Contemporâneos das Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (PPGCA-UFF) e licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em 2020 integrou o Programa de Pesquisa MAM Rio | Capacete, com pesquisa sobre curadoria e encruzilhadas nas artes visuais. Foi curadora da exposição Gira (Museu Capixaba do Negro, 2019) e fez parte da equipe O Trauma é Brasileiro (Galeria Homero Massena, 2019), Como Não Subir uma Escada (Paço Imperial, 2021) e Okará-Xirê (Sesc Três Rios, Teresópolis e Nova Friburgo, 2023). Tem publicado em revistas acadêmicas, catálogos, entre outros. _corporeidades encruzilhadas -- - Paulo Nazareth e Cadernos de África é seu primeiro livro.
FICHA TÉCNICA
Título: Corporeidades encruzilhadas — Paulo Nazareth e Cadernos de África
Artista: Paulo Nazareth
Autora: Napê Rocha
Páginas: 192
Editora: Cobogó
*Preço: R$ 110,00
Site da editora: https://www.cobogo.com.br/
PERFORMANCES DO TEMPO ESPIRALAR, POÉTICAS DO CORPO-TELA, de Leda Maria Martins
Leda Maria Martins investiga as inter-relações entre corpo, tempo, performance e memória, focando na produção de saberes através das corporeidades em culturas africanas. A autora consolida o conceito de "tempo espiralar", que rejeita uma visão linear do tempo, entrelaçando passado, presente e futuro num ciclo contínuo de transformação. Ao observar práticas performativas em culturas africanas e suas recriações nas Américas, Martins defende que o corpo em performance, como nas liturgias do Reinado, expressa o tempo e a memória de forma não discursiva, mas igualmente significativa e eficaz. O livro, dividido em sete ensaios, dialoga com pensadores como Alfredo Bosi e Guimarães Rosa, e desafia a dicotomia entre oralidade e escrita, predominante na tradição ocidental. Leda propõe uma visão descolonizada do tempo, onde o corpo é o locus da memória e do conhecimento, e o passado se faz presente para moldar o futuro. O conceito de "tempo espiralar" não apenas revisita a ancestralidade, mas também requalifica a África como um continente pensante, inserindo o corpo como parte essencial na expressão do tempo e da palavra.
SOBRE A AUTORA
Nascida no Rio de Janeiro, Leda Maria Martins é poeta, ensaísta, dramaturga e uma das principais pensadoras do teatro brasileiro, sobretudo no que se refere ao teatro negro. Formou-se em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizou mestrado em Artes na Indiana University. Foi docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Martins tem pós-doutorados em Estudos da Performance na New York University (NYU) e em Rito e Performance na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Em 2013, a University of California, em Berkeley, organizou um simpósio internacional a partir de seu conceito de Tempo Espiralar. Em maio de 2021 a Universidade de Brasília (UnB) promoveu o seminário Leda Maria Martins: Pensamentos e Poéticas. Entre os livros de sua autoria estão Moderno Teatro de Qorpo-Santo, A Cena em Sombras, Afrografias da Memória e Os Dias Anônimos.
FICHA TÉCNICA
Título: Performances do tempo espiralar, poética do corpo-tela
Autora: Leda Maria Martins
Páginas: 256
Editora: Cobogó
*Preço: R$ 86,00
Site da editora: https://www.cobogo.com.br/
A VINGANÇA É MINHA, de Marie Ndiaye
Romance que acompanha Dra. Susane, uma advogada mediana de Bordeaux que recebe um caso intrigante: defender a esposa de Gilles Principaux acusada de matar os três filhos do casal. Enquanto tenta entender por que um homem influente escolheria uma advogada sem renome, Susane é tomada pela sensação perturbadora de que Principaux faz parte de seu passado. A busca por respostas sobre essa possível conexão desperta memórias fragmentadas e aprofunda o mal-estar da protagonista, levando o leitor a questionar o que é real e o que é uma construção da mente. Conforme o mal-estar e as dúvidas sobre a verdade e a memória se acentuam, as relações entre dra. Susane e seus pais, sua empregada Sharon, seu exmarido e a filha dele, Lila, se aprofundam e se embaralham, fazendo deste livro um dos thrillers psicológicos mais perturbadores dos últimos tempos.
SOBRE A AUTORA
Marie NDiaye nasceu em 1967 em Pithiviers, na França. Venceu o Goncourt em 2009 com o romance Trois Femmes Puissantes e o Marguerite Yourcenar em 2020 pelo conjunto de sua obra.
FICHA TÉCNICA
Título: A Vingança é Minha
Autora: Marie Ndiaye
Páginas: 200
Editora: Todavia
Preço: R$ 74,90
Site da editora: https://todavialivros.com.br/
*Os preços dos livros podem variar de acordo com o local da compra.
Sobre a FLUP
A Festa Literária das Periferias - FLUP tem como missão propor outras experiências literárias, por isso atua em territórios periféricos abrindo caminhos para que livros, ideias e experiências antes à margem cheguem mais longe. Em 12 anos atuando no Rio de Janeiro, a FLUP já passou pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré, Biblioteca Parque, Museu de Arte do Rio - MAR e Providência, promovendo encontros entre grandes personalidades da literatura, tanto nacionais quanto internacionais. A FLUP recebeu prêmios e reconhecimento, entre eles, o Faz diferença de 2012, o Awards Excellence de 2016 e o Retratos da Leitura de 2016, respectivamente outorgados pelo jornal O Globo, a London Book Fair e o Instituto Pró-Livro. Em 2020, foi vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura. Em 2023, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro declarou a FLUP patrimônio cultural imaterial. A FLUP é um festival feito por equipes de produção majoritariamente negras e com mulheres em cargos de liderança.
A Flup 24 é apresentada pelo Ministério da Cultura e Shell. Tem patrocínio master da Shell, patrocínio do Instituto Cultural Vale e Globo por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Ford. O transporte oficial do evento é oferecido pelo Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, nas áreas de atuação do VLT Carioca e da CCR Barcas. Realização: Suave, Associação Na Nave, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Sobre a Shell
Há 111 anos no país, a Shell é uma companhia de energia integrada com participação em Upstream, Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
Serviço
Festa Literária das Periferias-FLUP
Dias: de 11 a 17 de novembro
Hora: a partir de 13h
Local: Circo Voador
Endereço: Rua dos Arcos, s/n, Lapa – RJ
Entrada gratuita
Siga @fluprj no Instagram
Assessoria de imprensa
留言